tudo é provisóriamente eterno para os poetas... tudo é eternamente provisório para os amantes e o poema apenas a configuração do instante.

-Capinam-

2 de maio de 2015

O ano novo que de velho sempre tem o todo.


Inicia-se um novo ano, com todas as histórias do ano antigo por continuarem, com todos os sentimentos do ano antigo a tirar-me o sono, com todo o amor do ano antigo que pensei que a virada o tornaria mais fraco... mais fácil de sentir... mas a divisão entre ano velho e o novo é revestido de nada mais, nada menos, que ilusões fabricadas para que não desistamos de viver, seguir, tentar de novo.

Tenho acordado todos estes dias de 2015 com a mesma sensação de que há um caminho enorme e tortuoso a ser seguido e pensando se terei forças e esperanças suficientes para segui-lo. Penso ainda, todas as manhãs - sejam de chuva ou de sol - se o amor deixará de doer aqui dentro... se será capaz de ser revivido ou transformado... como no ano antigo, mesmo que já estejamos no dito ano novo.
A verdade é que também me alimento de algumas ilusões, pois há uma parte de humanidade em mim que nunca deixarei ser transformada, e assim, nós humanos sempre teremos essa vontade de nos iludirmos um pouco, uma vez que a realidade é dura demais para ser suportada sem qualquer tipo de fuga... porém, é preciso lembrar que há boas e más ilusões.
Pergunto, por quais você tem se deixado iludir?
Neste ano novo, que mais parece ano velho salvo todas as esperanças e desejos e planos e tudo o mais que pensamos que virá, espero haja mais amor... mas o amor que nos dê a parte boa das ilusões... a parte que nos ajuda a seguir acreditando, que passando-se os anos, iniciando e fechando ciclos, vale a pena continuar vivendo.
Que em 2015 tenhamos menos medo de sermos humanos e quem sabe realmente será um ano novo, diferente do ano velho que ainda sinto fechar-me a garganta. Por mais humanidade - eis a minha ilusão. E que ilusão mágica, não é mesmo?
Por mais clichê que seja... 
"Que seja doce".

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