tudo é provisóriamente eterno para os poetas... tudo é eternamente provisório para os amantes e o poema apenas a configuração do instante.

-Capinam-

30 de dezembro de 2009

Outro dia desses um menino pobre que nunca tinha saído dos arredores de sua casa, juntou umas poucas moedas, conseguidas aqui e ali, para satisfazer sua curiosidade de sair de ônibus pela cidade. Ele ouvia dizer e queria saber o que tinha além do que vivia todos os dias...
O seu bairro era como um mundo todo ao qual se acostumara e aprendera a viver. Não se parecia nada com o que via na televisão do vizinho, mas mesmo assim o menino sentia como se tivesse TUDO.
A sua realidade não se parecia com as novelas, nem as casas, nem as famílias, nem tampouco as histórias de sempre final feliz. Mas mesmo assim ele sentia que tinha TUDO. Tinha uma mãe que saía pra trabalhas mas sempre que voltava à noite o colocava pra dormir com um beijo. Tinha uma pai, que diferentemente de seus amigos, ele sabia quem era e que o visitava de vez em quando. Tinha uma casa de tijolo sem reboco pra proteger nos tempos de chuva. SENTIA QUE TINHA TUDO.
A comida mesmo que pouca, a escola que lhe dava merenda, os amigos, a rua pra brincar até o toque de recolher e as noites pra sonhar com algodão doce do circo que nunca freqüentara. Sentia que tinha tudo, mas algo o incomodava, algo que dizia que n era o bastante se existiam coisas além, coisas pra conhecer e descobrir.
Outro dia desses, esse menino pegou o ônibus e pagou a passagem com as poucas moedas que juntara. Já havia pego um antes, mas há tanto tempo que nem se lembrava direito. Quando percebeu estava deixando o bairro, pra trás ficando seu mundo e à frente todo um desconhecido.
"Mas o que era tudo aquilo? Tanto carro, tantas casa grande, diferente... nossa que casa enorme! Porque será que alguém precisaria de uma casa desse tamanho? Porque será que tem tanto carro na rua? As pessoas não se oferecem carona, olha quantos carros com apenas uma pessoa dentro... quanta casa de vender comida, uma mais enfeitada que a outra, será que nesse mundo ninguém cozinha tão bem em casa como a mamãe? Que gente diferente...”
E olhou pra tudo, olhos pra todos e percebia que olhavam pra ele também. Então olhou para si e pela primeira vez se acham maltrapilho, meio rasgado, meio gasto, meio diferente... voltou pra casa confuso, olhou a sua volta e começou a sentir que não tinha NADA.
E desde esse dia não sentiu mais aquele gosto de algodão doce nos seus sonhos. E desde esse dia, que foi outro dia desses, o menino não sentiu mais o gosto de felicidade e satisfação que sentia antes...


E sabe o que é pior? As casas eram nossas, éramos nós nos carros, nos restaurantes, nas lojas de roupas. Aquele menino passou por nós e nós fingimos que não o vimos. Ou apenas não nos demos conta, afinal o que havia pra ver que fosse importante?”
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5 de novembro de 2009

Meu Raio de Sol



Um raio de sol, desgarrado e insubordinado ao próprio sol, chegando a terra acabou por ficar...
ficou por aqui..
perto de mim...
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me aquecendo com o seu calor,
um calor de alma viva..
um calor bom de sentir..
calor de se gostar...
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E primeiro veio um sorriso que me desconcentrou do mundo e me concentrou nela. Em um mundo de pessoas depois daquele show já visto tantas vezes, eu, concentrada nela, não vi mais ninguém. Me encantou com um desses encantos fortes de não fazer parar de pensar.
Depois vieram as palavras... daquela moça que eu mal conhecia e tinha sede de conhecer... saber tudo... conhecer de verdade e ir além das aparências que por vezes são tão enganosas. Queria desvendar todos os segredos escondidos por trás daquele sorriso bonito... daquela moça bonita.. daquele encanto.
E como se não fosse o bastante, quando a vi de novo, senti aquele abraço bom quando parecia que já não havia mais nada que ela pudesse fazer pra me estasiar, eu senti aquele olhar... um olhar que me desarmou completamente... um olhar que não pude sustentar por muito tempo sem a vontade de beijá-la.
Um olhar convidativo ao beijo e a todos os segredos... e então eu não soube o que fazer, vulnerável diante daqueles olhos...
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Os mesmos olhos que hoje, faço questão de olhar.. olhar fundo e ver de verdade...
Os mesmo olhos, a mesma boca... com o sorriso lindo e com o beijo viciante...
E a pimenta de aquário no encanto...

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6 de outubro de 2009

Coisas sonhadas são apenas sonhos

Sim, você é meu bem. Mas o bem que me fazia a todo o momento, o bem que me sustentava como pilar nesses meus dias complicados, agora, só sinto quando te vejo. E quase nunca vejo.
Você se lembra que eu costumava dizer que não importando o que acontecesse, os nossos caminhos estariam destinados a se encontrar em algum lugar mais a frente.... que não adiantaria tentarmos fugir do certo e inevitável, porquê eu fui feita pra ti e você foi feita pra mim.
Mas os teus planos pra um futuro feliz já se distanciam muito da minha rota, se distanciam de mim de da nossa casa de varanda com rede alaranjada. Um futuro constrói-se a partir de nossa escolhas, escolhas tais (como dissestes) que podem não nos levar ao que imaginamos como meta inicial, mas demonstram que o que imaginamos não nos inclui juntas, que nosso futuro, nossos planos não nos inclui juntas (e agora falo só de vossos planos) e os planos que as pessoas tem, refletem seus sonhos e o que pensam ser a felicidade.
Então agora meu discurso mudou. Sei que você tem o seu amor, enquanto sei também que o mais próximo que cheguei do tal amor, foi com você. E não pense que são palavras fáceis pra se perderem ao vento, pois tudo ainda é tão forte presente pra mim. Mas eu quero que você seja feliz, mesmo que eu não seja por completo, mesmo que precise que eu finja que não te amo.
E é por tudo isso que eu te digo que esta é a ultima vez que escrevo pra ti. Que estas serão as ultimas palavras minhas destinadas à grandiosidade desse pôr-do-sol, o qual não tenho mais coragem de ver.
E é por tudo isso que eu começo a me libertar hoje. Não do sentimento bom que tenho pelo meu bem, mas de estar presa a ele. E eu te peço encarecidamente que me ajude a me libertar, pra que eu perca a esperança vã de você voltar pra mim. Pra que eu não espere mais com essa ansiedade. Pra que eu viva tudo o que há pra viver... Por que não há tempo que volte amor...
Pra que no dia do teu casamento com ela, eu possa estar linda nos primeiros bancos, sorrindo pra ti, lembrando do que vivemos de bom... e que nesse momento eu tenha certeza de que você vai ser muito feliz.
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[texto já escrito a algum tempo.. eu nem ia postar.. mas agora deu vontade...]

27 de agosto de 2009

Dia dos "Pais" (que é isso?)

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E ela chorou... esperávamos o pior. A notícia da morte previsível e certa...
E eu acabei por chorar também... imaginando por um momento todo o sofrimento que viria pela frente.
Passavam-se horas como eternidades, até que, no meio da madrugada, quando já me preparava para adormercer ao lado dela e consola-la – ele chegou.
Chegou como saiu, sereno e dono de si.
A dor da decepção me abateu com tanta força que caí como a montanha sobre o vale.
Eu o respeitava, mas, ele a fez chorar – e me fez chorar.
E ainda sinto o coração branco do veneno da angústia enraivecida.

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[esse foi achado em um livro falso, o qual nem me lembrava que ainda possuía... nada mais ouso dizer sobre isso, sobre essas coisas de "pais" ou o que quer que se chame o ser humano macho que se sente mais livre e com direitos que não se aplicam, nem fazem sentido a mim...]

9 de agosto de 2009


Estou apaixonado por uma flor. Um sentimento tão incrível que só preciso estar a olhar pra ela e o mundo inteiro fica verde.
Todos os dias me perco pelas ruas, andando algumas léguas até o jardim aonde ela está plantada e fico lá. Apenas fico lá, até uma tarde inteira e me sinto feliz.
Quando percebo algo de diferente com tal flor, mais que depressa me disparo a buscar água e derramo com carinho sobre as suas pétalas, caule e terra. Sinto que ela respira fundo e sente um alívio momentâneo. Não sei se é verdade, mas é o que sinto.
Mas sem eu menos esperar houve o dia em que eu não consegui sair dali. A lua tomava o seu lugar e eu simplesmente não conseguia me afastar. Fiquei com medo de não sentir mais vontade de ir pra casa. O que seria de mim...
Logo me assustei. O dono do jardim apareceu no meio da noite e é claro que eu devia imaginar que flores lindas deveriam ter sido plantadas por alguém. Ele caminhava sobre a grama observando tudo e de repente parou. Parou diante da minha flor, aquela que permeava o colorido dos meus sonhos. Parou, fitou-a e com um enorme balde, despejou toda a água sobre ela de uma vez só! Como aquele infame podia jogar tanto sobre ela sem medo de que ela se machucasse com toda a força?!
Estou apaixonado por uma flor e toda vez que a deixo sozinha, imagino que ele volta e afoga-a novamente. Como posso eu viver com isso? Eu que sempre tive todo o cuidado para não machuca-la com a minha rega...
Eu não sinto mais vontade de ir pra casa. Posso passar os dias todos ali, a vê-la e ver as noites em que seu dono afoga-a. Não posso ir pra casa, porque se me for... tenho medo que quando voltar, ela esteja arrancada e plantada longe de mim.
Não posso retirá-la dali e leva-la comigo. Não até que eu saiba que regar com cuidado, carinho e compreensão é o que ela precisa.
Estou apaixonado por uma flor e então penso que se as flores são frutos da natureza de Deus meu, não devem pertencer a ninguém. E não quero possuí-la como o dono do jardim, quero apenas cuidá-la, contemplá-la e faze-las feliz, porque isso me faz feliz.
E se ela me permitir, a plantarei em um jardim livre, sem donos onde eu possa beijar o seu perfume, dormir sobre a grama e respirar o bem que me faz.
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[texto que havia escrito a algum tempo.. achei enquanto revirava alguns de meus dias que guardo na gaveta do armário. Acho que pouca gente vai entender o que tem da minha alma aí]
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[foto de resolução baixa do celular que ainda não me roubaram e... a rosa... bem... como dissestes, era tão grande que quase não cabia na minha mãozinha...]

12 de junho de 2009



hoje eu conheci alguém especial e bondoso. contei a ele tudo o que se passa pelo coração da pessoa que vos escreve.

meu amigo, o sol, se emocionou e fez chover com tudo o que eu lhe disse, coisas que jamais disse a ninguém, e me ajudou. fizemos um acordo.

pedi a ele que me desse o que tivesse de mais bonito, para que eu pudesse presentear o meu anjo. e me surpreendi com sua generosidade. ele me deu algo tão precioso que não pode ser vendido por nada nesse mundo.

o que recebi?

ele me deu o pôr-do-sol! e como prometido, não fiquei com o presente. ele é seu.

É seu pra todas as horas em que estiveres triste, para lembrastes dos sentimentos bons que temos por nós. É seu para todas as horas felizes, para lembrastes do tanto que és importante para o humilde ser humano que sou.

ele é seu, para lembrastes de mim toda vez que o vir e lembrastes que eu o dei a ti. ele é seu, assim como parte de mim também pertence a ti.

e saiba que não haverá um dia sequer em que olharás para o céu e não verás os nossos nomes escritos nele, junto á lembrança daquele bem...
aquele que só nós conhecemos.

mesmo que hj... eu seja trilho onde não passa trem.



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17 de maio de 2009

10 motivos para dizer não à redução da maioridade penal.

Em defesa dos direitos da juventude, diga na à redução da maioridade penal:

1.Porque a desigualdade social é uma das causas principais da violência.

2.Porque o dia-adia da vida dos adolescentes e jovens está marcado pela violência da prostituição, do crime e do tráfico de drogas e com o agravante da ausência de perspectiva de renda decente, num país que não sabe o que é crescimento econômico sustentado nos últimos 25 anos.

3.Porque ainda são poucas as iniciativas do Poder Publico, das Instituições e da Sociedade na proposição e execução das Políticas Públicas para a juventude.

4.Porque sem a elevação urgente e necessária da escolaridade dos/as jovens empobrecidos, o Brasil não restabelece o diálogo com o futuro, posto que somente um de cada dois destes jovens estuda atualmente no país.

5.Porque o Estado prioriza a política do endividamento, ao invés das políticas sociais, provocando a migração dos jovens para outros países, o desemprego e a descrença no futuro.

6.Porque o sistema penitenciário brasileiro não tem cumprido sua função social de controle, reinserção e reeducação dos agentes da violência, ao contrário, em demonstrado ser uma escola do crime.

7.Porque nenhum tipo de experiência na cadeia pode contribuir para o processo de reeducação e reintegração dos jovens da sociedade.

8.Porque os crimes cometidos por adolescentes não atingem a 10% do total dos crimes praticados no Brasil.

9.Porque já existem penas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com a aplicação de medidas sócioeducativas.

10.Porque os adolescentes e jovens precisam ser reconhecidos/as como sujeitos desta sociedade e, portanto, merecem cuidado, acolhida, respeito e, principalmente, oportunidades.

9 de maio de 2009

Meu Bem



Uma casa no campo com uma rede cor de laranja na varanda e o meu bem cerrando seus olhos pequeninos ao adormecer.
Fico a pensar se estou eu a sonhar demais, por olhar nos mesmos olhos e as vezes pensar que não parecem reais de tão verdadeiros que os sinto. Tão bonito, tão intenso, o não poder estar sem seu olhar. Mas tão difícil, tão perturbador o tentar entender certas coisas. Coisas dele, da sua historia, anteriores a mim, mas agora não exteriores a nós.
E não importa o que eu diga. Pois nunca saberei dizer ao certo o que se passa em minha mente quando momentos como esses acontecem, mas sei que seja o que for, sempre passa e o que fica pra mim é só o bem que o meu bem me faz.

4 de maio de 2009

Fragmentos de uma conversa sem fim

O desejo de fugir para longe
Remete-me ao sofrimento de ter que esquecer
Qual será o vazio pior?

Vejo seus olhos brilharem mais do que todas as luzes
E os meus como os teus

Saudade da presença que influencia meu ser
O momento em que tomamos consciência
[da enormidade que nos envolve.

Eu queria parar de sentir
O querer de apenas sumir
Eu quero e não quero as mesmas coisas

E apesar de estar morrendo por dentro todos os dias
[ela me traz vida e modifica minha vida
Espanto-me ao perceber que minha vida é dela
[e vida dela é minha

Por tantas vezes ultimamente
Vejo-me exposta a todos os outros
Meus anseios, minhas feridas
E pior: meus medos

Tão vulnerável e desprotegida de minhas muralhas
Tudo ocorrendo ao mesmo tempo

E a explosão de emoções, preocupações.
Provocando controvérsias
E o que eu gosto e não quero
Faz-me bem e mal ao mesmo tempo

Para não sentir-me sozinha
Vivo minhas efemeridades com afinco
E no fim o mesmo vazio...

Eu queria que você não me amasse como eu te amo
Assim eu poderia te esquecer sem remorso
Mas sei que não quero esquecer
E eu sei que muitos não entendem

Antes éramos dois
Agora um único indivíduo
E será que agüentaríamos a dor do repartir
De nossa alma completa em duas imperfeitas
[em uma possível separação?

Não quero pensar nisso
Mas só vivo pensando

E sei que quem ama nunca é feliz
Apenas tem doses homeopáticas de felicidade
E sei também que nada dura para sempre
Mas no único segundo em que estou com ela
Eu sinto toda a força do mundo
E este único segundo tem mais valor
Que uma vida inteira sem graça

Que eu morra de dor todos os dias
Mas qual será a dor pior?

1 de maio de 2009

Amor Amigo

Eu odeio um amor
Digo que odeio para não saberem que é grande
Finjo que odeio para não amar muito mais
E na verdade não odeio nada, não digo nada e não finjo nada.
O meu amor é amigo. Ou melhor, melhor amigo. E nunca disse isso a ele. Mas ele sabe que é parte do meu alicerce e que se não fosse por ele, talvez eu caísse, nunca mais me reconstruiria ou talvez nunca tivesse me edificado.
O meu amigo é frágil e por isso mesmo forte. Ele chora, sente, sorri e quebra a porcelana mostrando sangue e carne. Mas poucos vêem. Poucos estão interessados em ver.
Eu nem sei se ele tem noção dessas coisas todas. E se tiver, eu saberei. Talvez por ele sempre me contar, talvez por eu conhecer o seu olhar ou simplesmente por conhecê-lo.
Não é apenas um sorriso bonito não é? É muito mais que isso.

“...estava do meu lado quando eu mais precisei, quando tudo estava caindo, quando eu não tinha forças...”

14 de abril de 2009

Foto e Pino.


Sou uma foto amarelada no fundo da gaveta - que é importante e traz lembranças boas, mas apenas quando é procurada.
Sinto que começei a desbotar e manchar já a algum tempo. Mudança gradual e constante. E o mais triste é saber que uma vez perdida, a imagem não se regenera.

Na verdade, também sou uma peça que outrora pertencia a um quebra-cabeça e agora não se encaixa mais. O próprio parece completo e eu sou a peça que sobra.
Como um relógio cujo pino some, mas tal desaparecimento não compromete o funcionar da máquina.

Sim! É exatamente o que sou! o inexato pensamento constante. O ser condicionado ao mal e bem do pensar. O pensante movimento da vida.
EU NÃO EXISTO! Se existir é fazer parte de algo, eu não existo. Sou apenas uma ilusão, uma idéia construída por alguém do qual não conheço os intúitos.

E o que será de mim quando eu perder a minha imagem e não puder mais guardar suas lembranção?
E o que será de mim quando você souber que sou a peça que sobra?
Quando você precisar ajustar as horas do relógio e perceber que EU, seu pino, não estou mais convosco e que não percebestes minha queda. O que será de mim depois disso?

E o que será de ti quando eu não mais existir para lhe lembrar, completar e ajudar no seu ajuste?
Se para ti eu existo, minha existência é tua e só tu és capaz de prezervá-la ou digerí-la.

15 de março de 2009



"Lhe trago todos os lírios que eu puder carregar e de resto só tenho a mim pra lhe dar..."

26 de fevereiro de 2009

dia 24 de fevereiro do bendito 2009


Registro do encontro entre Bárbara, Nayara e Sem Selos, com reflexão decorrente do encanto deste pela segunda e posterior conversa com a primeira.

Um divertido dia, uma carona pra casa e um beijo no rosto. Tão simples e fascinante ao mesmo tempo. Tentativa falha de não pensar a respeito. E uma folha em branco que espera para ser escrita.
"Há de ser possível escolher não gostar de alguém, em uma dessas decisões que se toma para se proteger de qualquer decepção futura?
ouvi dizer que não se pode escolher, apenas acontece quando menos se espera e é preciso apenas deixar que a coisas aconteçam por sí sós.
Mania essa que temos de querer dominar tudo com o tal do auto-controle. Depois percebemos que grande parte do que controlamos em nós, não gostaríamos de controlar.
Sentir-se desarmado diante de uma situação qualquer ou diante de alguém é ser simplismente humano, o que cada vez mais percebemos querer deixar de o ser.
Até onde leva o benefício da armadura sentimental que geralmente usamos para não nos envolvermos e aliás, muito antes, para não darmos espaço à uma possibilidade qualquer?
Nesse caso, dar a cara a tapa é ser dotado de coragem ou imbecilidade?"

22 de fevereiro de 2009

Carta aos poetas


Poetas amigos que tanto amo, mesmo que eu deixe de amá-los, não deixarei de amar suas linhas.
As palavras acabam por ser para o poeta sua dádiva e sua maldição. Um dom que o completa ao proferir o que lhe falta ou o que lhe faz parte, de forma que se entrega nas linhas escritas. Entrega a sua alma nas metáforas e as faz parecer partes de seu corpo. De que outra maneira se sentiria tão sí mesmo? E tão menos incompleto?
O poeta acaba por se tornar escravo de suas próprias palavras e save que as precisa como o alimento que nutri seu ser. E algumas das coisas que são ditas marcam a pele, sangram e ficam para sempre, mesmo que o arreendimento afogue seus sonhos todas as noites.
A expressão do sentimento retido em seu coração se diexa transparecer a cada letra, por mais sem sentido que possa aparentar, sendo um pedaço de sí que se deixa mostrar apenas para aquele a qual é destinada.
Há quem não conheça um poeta fingidor? não porque finge sentir o que não sente mas, muitas das vezes finge não serem seus os sentimentos por ele escritos. se esconde por trás de sua escrita, vive através dela e sem ela perderia seu refúgio.
Quando o poeta sofre... como sofre! Somos capazes de perceber suas lágrimas derramadas nas palavras. Sentimos como nosso sofrimento o seu sofrer e nesse momento podemos ser um só.
Quando o poeta se alegra transborda luz em cada letra. Transborda cores, sorrisos e uma imensidão azul para os nossos dias. Faz um DIA AZUL, límpido com aquela famosa dose homeopática de felicidade.
E o que seria de nós sem os nossos poetas amigos que dizem as coisas mais certas ao nosso coração quando precisamos? E o que sera de nós sem o pouco de poeta que possuímos para nos auxíliar na leitura de nossas emoções?
Há perguntas que não necessitam de respostam, apenas de reflexões...
Os DIAS por enquanto estão AMARELOS e meio cansativos aos olhos, mas sinto-os próximos de se tornarem azuis. E quando acontecer todos perceberão a nova caligrafia, feita com o capricho que os dias azuis merecem.

7 de janeiro de 2009


Ankunft "chegada" - Stockhausen(para qualquer número de instrumentos)

Abandone tudo, estamos no caminho errad. Começe por você mesmo: você é o músico. Pode transformar todas as vibrações do mundo em sons. Se você acredita nisso firmemente, e de agora em diante jamais duvidará, comece com os exercícios mais simples. Fique em completa imobilidade, até deixar de pensar, querer e sentir qualquer coisa. Sinta a alma, um pouco abaixo do peito. Deixe que seu explendor vá impregnando suavemente todo o seu corpo, de cima para baixo e de baixo para cima ao mesmo tempo. Abra sua caeça, no alto, ao centro, um pouquinho para trás, e permita que penetre a corrente que paira sobre você nesse ponto, como uma densa esfera. Deixe que corrente tome conta de você, suavemente da cabeça aos pés, e que continue sempre fluindo. Calmamente, pegue seu instrumento e toque, primeiro, só notas simples. Aí você vai esperimentar tudo por sí mesmo.

6 de janeiro de 2009



O carteiro voltou a se sentir só
Aprendendo a lidar com isso
Está voltando a ser como era
Mas sente não sentir como sentia

Aonde estão seus amigos?
Aonde foi sua alegria?

Já se sente só a algum tempo
E alguns dos amigos que tem
O decepcionaram com o esquecimento
dos supostos momentos que achava importantes

Aonde se escondeu sua alegria?
Será que ainda possui amigos?
(será que isso ainda importa?)

Antes zelava pela felicidade que fornecia
A todo momento em que entregava o que podia
Agora está cansado do ofício
Sua vontade de entrega total se esvaindo

Esta carta não será postada
palavras que não chegarão ao destino
E apenas por esse dia
Não servirá ao seu ingrato ofício

(um amigo muito fiel - carteiro, obg!)