Não tinha para onde ir, não havia o que fazer, não sabia a
quem chamar.
De repente ficou sem ar, sem chão, sem saber...
Já não havia um lugar que acreditasse ser seu.
Já não sentia parte,
com todos os seus sentimentos, de qualquer coisa... como outrora havia sentido.
Mas sentiu que havia amor, que haviam esperanças e assim
sustentou-se dia após dia, as vezes cambaleando, as vezes saltando de alegria
efêmera... mas o que lhe dava mais sentido eram os discos, as películas e o bom
vinho que tomava sozinha e com saudade.
Não havendo para onde ir, ia para dentro de si e assim se
aprofundava... onde poucos haviam conseguido chegar.
Era noite e tinha um colorido especial nas ruas, no portão,
no quarto de dormir, na mobília e nos próprios olhos diante do espelho. Sua
alma resplandecia com um fervor que não via há tempos.
Finalmente voltou a se enxergar: no meio do caminho do não
caminho, ser si mesmo era o melhor a se trilhar...
Pensou.
Foi.
Si.
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