Qualquer dia desses seja pela praia ou seja pelas ruas, quem sabe naquele boteco da praça, qualquer lugar da sua vida, saio por entre os outros e te surpreendo com olhar vivo, castanho claro e te dou um boa noite.
Me verás da mesma forma de antes, no colorido dos meus olhos toda a história já vivida e a poesia pulsante e que já é tudo meu e há pouco do que era o nosso.
Te surpreendo com voz doce e rima amiga, como uma mescla de musica calma e cores abertas e nestes segundos de certeza te beijarei a face com a sutileza de amante antigo e gentil.
Sorrirei com carinho enquanto afago teus cabelos no abraço de saudade e partirei entre os brincantes deixando apenas a estranha sensação do não vivido. Do que não houve. Do que podia ter sido.
Dançando nos perderemos pela multidão pelos caminhos que traçamos sob as marchinhas do carnaval mais esperado. Cada vez mais distantes um do outro.
Guardarei a lembrança do teu cheiro de folia e o tom da sua voz como se não houvesse possibilidade de outro encontro. Porque mesmo o passado é presente e o que vai se perdendo nem sempre se sente. Pois todo carnaval tem seu fim, assim como também tivemos o nosso.
E se outrora triste, hoje sou só alegria, ponha sua máscara que refiz minha maquiagem. Do nosso final nos restaram apenas as cartas de amor e caixinhas guardadas no fundo das gavetas as quais abrimos pouco... todas cheiasdo que poderia ter sido e nunca mais poderá ser.
Qualquer dia desses, pela praia, pelas ruas, tanto faz... pela sua vida eu apareço sob a forma daquela sua música favorita.
Ou quem sabe na próxima esquina,
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Deu pra ver o olhar, escutar a marchinha, e estar nessa estranha sensação do não vivido...
Que lindo texto Camilinha, sempre linda!
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