14 de abril de 2009
Foto e Pino.
Sou uma foto amarelada no fundo da gaveta - que é importante e traz lembranças boas, mas apenas quando é procurada.
Sinto que começei a desbotar e manchar já a algum tempo. Mudança gradual e constante. E o mais triste é saber que uma vez perdida, a imagem não se regenera.
Na verdade, também sou uma peça que outrora pertencia a um quebra-cabeça e agora não se encaixa mais. O próprio parece completo e eu sou a peça que sobra.
Como um relógio cujo pino some, mas tal desaparecimento não compromete o funcionar da máquina.
Sim! É exatamente o que sou! o inexato pensamento constante. O ser condicionado ao mal e bem do pensar. O pensante movimento da vida.
EU NÃO EXISTO! Se existir é fazer parte de algo, eu não existo. Sou apenas uma ilusão, uma idéia construída por alguém do qual não conheço os intúitos.
E o que será de mim quando eu perder a minha imagem e não puder mais guardar suas lembranção?
E o que será de mim quando você souber que sou a peça que sobra?
Quando você precisar ajustar as horas do relógio e perceber que EU, seu pino, não estou mais convosco e que não percebestes minha queda. O que será de mim depois disso?
E o que será de ti quando eu não mais existir para lhe lembrar, completar e ajudar no seu ajuste?
Se para ti eu existo, minha existência é tua e só tu és capaz de prezervá-la ou digerí-la.
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