Uma das melhores descrições que já li sobre os
escritores é de Drummond... como se não estivesse a descrever a si mesmo
colocava sobre o escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as
coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.
Hoje é dia nacional do escritor, um dia para
homenagear amigos que conseguem e conseguiram despertar diferentes sentimentos
e transformações em mim ao longo dos tempos. As linhas em que derramam suas
lágrimas, sorrisos, medos e esperanças ficam guardadas em nós de diversas
formas e são impossíveis de serem arrancadas, nem mesmo pela violência do mundo
sem rimas.
Camila em letras e silêncio, Dayana poeta
desconexo, Maiara cheia de instintos dissonantes, Carlos um fóssil e Calli e
seus devaneios, brincando com as perturbações em sua mente... Vamos transformar
o mundo sem rimas e sem cor, pedaço por pedaço, com um verso por rua, uma cor
por paralelepípedo, uma lágrima e um sorriso pra cada dia. Se não der pra
colorir tudo, que coloramos a nós mesmos por dentro antes de tudo e assim,
nunca perder a vontade de sair por aí escrevendo as palavras nas paredes e nas
pessoas, até que tudo esteja riscado e misturado.
As pessoas vão se reconhecer nas palavras cada
vez mais, enquanto houver quem escreva. Enquanto houver quem escreva vamos
poder ser lindos de tão tristes e irradiantes de tão alegres. As pessoas poderão
continuar a sentir profundamente e a derramar tudo com lápis e caneta sobre uma
folha qualquer e a qualquer momento. Mas principalmente, enquanto houver quem
escreva, eu sentirei não somente uma certa maneira especial de ver as coisas,
senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.
3 selos:
Esse teu sopro mexeu uma vida dentro de mim que nem sempre tá muito viva ultimamente... o cotidiano anti-lírico estrangula aquilo que me faz escrever, mas tuas linhas me lembram que isso não é uma opção. Mesmo eu não sendo escritor.
Obrigado, Camilinha. Mais uma vez.
Vamo transformar os sonhos, confusões e tudo que pulsa em nós em palavras que ficam, permancem no tempo, de alguma forma...e se dissipam também no ritmo do mundo. Lindo texto Mila, as palavras nos tornam mais próximos, nos tornam mais sensíveis, nos tornam mais afins..possibilitando que a gente enxergue nos versos do outro um pouco de nós mesmos. E é bem aí que o nosso encontro nesse mundo é feliz :)
"sempre vai haver uma voz cantando tudo de nós...(8)" sempre vai haver um escritor pra dizer algo por/pra nós!
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