Já houve um tempo em que qualquer possibilidade de uma participação minha em um partido ou atividade deste era uma idéia que me causava repulsa. Vangloriava-me de não me interessar por política partidária inclusive dispensando sobre ela todos os males desta sociedade. Mas não era por menos, filha de pais petistas assisti o desgosto de minha mãe com a degeneração do partido que para ela, e para muitos mais trabalhadores, era esperança e alternativa de emancipação do povo pobre e explorado deste país. Um partido que os traiu covardemente se entregando aos interesses da burguesia.
Apesar dos pesares não houve como refutar-me da vida política alimentada em casa e posteriormente na universidade. Justamente na universidade que tive a oportunidade de entender mais claramente como se davam as divergências de grupos e partidos políticos entre a juventude organizada, e principalmente perceber suas práticas.
A partir dos encontros estudantis de área (por curso) de Serviço Social e das movimentações por dentro da Universidade Federal do Maranhão, pude identificar que haviam os que lutavam, os que não se importavam e os que se omitiam covardemente de se enfrentar com a reitoria em seu despotismo e com os governos de uma forma geral.
Foi a partir das experiências cotidianas que identifiquei a atuação sincera e coerente da ANEL, Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre, paralela à atuação da UNE parasita que hoje vomita em cima de sua própria história. Foi atuando em um movimento estudantil que defende a aliança operário-estudantil; uma educação pública gratuita, de qualidade, socialmente referenciada; que combate toda forma de opressão machista, racista, homofóbica; que pude entender verdadeiramente a necessidade da construção de uma nova sociedade, um novo modelo de sociabilidade em que seriam possíveis os nossos sonhos.
No movimento, na luta e principalmente vendo quais eram as organizações partidárias que sempre estavam nas ruas, nas intervenções junto aos trabalhadores, que fui desmistificando o que eu pensava ser um partido político da classe. Conheci o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, o PSTU socialista e revolucionário, o qual eu não sabia ainda mas, teria orgulho em reivindicar tempos mais tarde.
A verdade é que eu não precisava de anos estudando Serviço Social para compreender que o sistema capitalista não serve a nenhum dos homens e mulheres que verdadeiramente constroem e produzem a vida e as riquezas diariamente nesta sociedade. O sistema que servia e serve até hoje apenas aos que nos dominam para que continuem a nos dominar precisava ser destruído e só quem o poderia fazê-lo era quem mais sofria com ele – as trabalhadoras e os trabalhadores.
Não demorou muito para compreender que conspirar contra o capitalismo precisava ser uma tarefa científica e que era preciso um instrumento consciente na construção dessa nova sociedade, um partido de organização da classe que seria capaz de ser elemento catalisador rumo á revolução socialista. Um partido que tenha um programa real para a emancipação da classe trabalhadora que eu entendo que daqui a alguns anos pode ser outro nome, outra sigla, mas que hoje é o PSTU.
Não demorou pra eu entender que na luta de classes, na luta por uma outra sociedade, é preciso tomar partido.
Um partido que luta ombro a ombro com a classe trabalhadora, que defende um programa rumo à transformação radical desta sociedade, que entende que a juventude e os trabalhadores são os protagonistas dessa transformação, que não acredita que a libertação da classe se dará por vias eleitorais, que não abdica de seus princípios, um partido para a juventude indignada, um partido de mulheres e homens, negras, homossexuais, oprimidos e explorados.
Um partido que não é perfeito e não está pronto, mas que construímos cotidianamente nas lutas. Um partido que tenho orgulho de construir junto a camaradas valorosos.
O meu partido, o PSTU.
“Porque na luta entre desiguais, a indiferença é aliada do mais forte.”
2 selos:
Um belo texto, que não é formado apenas palavras bonitas, mas por sentimentos que despertam grandes motivações para que continuemos na luta, construindo a revolução socialista!!! Somos a Morte do Capital, somos trotskistas da quarta internacional.
As palavras tem poder. Movem pessoas. Moldam ideais. Tocam nos sentimentos mais profundos. A burguesia odeia a palavra. Prefere a ignorância da imagem, do agir rápido mecânico, alienante.
Exatamente por tocar aquel@s que sentem. Que ainda se permitem emocionar e entender o que está ai e é.
Suas palavras me emocionaram. Não poderia ser diferente. Somos irmãos. Aquel@s de que Che falava. Que tremem de indganação ao ver uma injstiça capitalista.
A vida é bela. As palvras também podem ser. Que as gerações futura as limpem de todo mal.
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