tudo é provisóriamente eterno para os poetas... tudo é eternamente provisório para os amantes e o poema apenas a configuração do instante.

-Capinam-

27 de agosto de 2009

Dia dos "Pais" (que é isso?)

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E ela chorou... esperávamos o pior. A notícia da morte previsível e certa...
E eu acabei por chorar também... imaginando por um momento todo o sofrimento que viria pela frente.
Passavam-se horas como eternidades, até que, no meio da madrugada, quando já me preparava para adormercer ao lado dela e consola-la – ele chegou.
Chegou como saiu, sereno e dono de si.
A dor da decepção me abateu com tanta força que caí como a montanha sobre o vale.
Eu o respeitava, mas, ele a fez chorar – e me fez chorar.
E ainda sinto o coração branco do veneno da angústia enraivecida.

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[esse foi achado em um livro falso, o qual nem me lembrava que ainda possuía... nada mais ouso dizer sobre isso, sobre essas coisas de "pais" ou o que quer que se chame o ser humano macho que se sente mais livre e com direitos que não se aplicam, nem fazem sentido a mim...]

9 de agosto de 2009


Estou apaixonado por uma flor. Um sentimento tão incrível que só preciso estar a olhar pra ela e o mundo inteiro fica verde.
Todos os dias me perco pelas ruas, andando algumas léguas até o jardim aonde ela está plantada e fico lá. Apenas fico lá, até uma tarde inteira e me sinto feliz.
Quando percebo algo de diferente com tal flor, mais que depressa me disparo a buscar água e derramo com carinho sobre as suas pétalas, caule e terra. Sinto que ela respira fundo e sente um alívio momentâneo. Não sei se é verdade, mas é o que sinto.
Mas sem eu menos esperar houve o dia em que eu não consegui sair dali. A lua tomava o seu lugar e eu simplesmente não conseguia me afastar. Fiquei com medo de não sentir mais vontade de ir pra casa. O que seria de mim...
Logo me assustei. O dono do jardim apareceu no meio da noite e é claro que eu devia imaginar que flores lindas deveriam ter sido plantadas por alguém. Ele caminhava sobre a grama observando tudo e de repente parou. Parou diante da minha flor, aquela que permeava o colorido dos meus sonhos. Parou, fitou-a e com um enorme balde, despejou toda a água sobre ela de uma vez só! Como aquele infame podia jogar tanto sobre ela sem medo de que ela se machucasse com toda a força?!
Estou apaixonado por uma flor e toda vez que a deixo sozinha, imagino que ele volta e afoga-a novamente. Como posso eu viver com isso? Eu que sempre tive todo o cuidado para não machuca-la com a minha rega...
Eu não sinto mais vontade de ir pra casa. Posso passar os dias todos ali, a vê-la e ver as noites em que seu dono afoga-a. Não posso ir pra casa, porque se me for... tenho medo que quando voltar, ela esteja arrancada e plantada longe de mim.
Não posso retirá-la dali e leva-la comigo. Não até que eu saiba que regar com cuidado, carinho e compreensão é o que ela precisa.
Estou apaixonado por uma flor e então penso que se as flores são frutos da natureza de Deus meu, não devem pertencer a ninguém. E não quero possuí-la como o dono do jardim, quero apenas cuidá-la, contemplá-la e faze-las feliz, porque isso me faz feliz.
E se ela me permitir, a plantarei em um jardim livre, sem donos onde eu possa beijar o seu perfume, dormir sobre a grama e respirar o bem que me faz.
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[texto que havia escrito a algum tempo.. achei enquanto revirava alguns de meus dias que guardo na gaveta do armário. Acho que pouca gente vai entender o que tem da minha alma aí]
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[foto de resolução baixa do celular que ainda não me roubaram e... a rosa... bem... como dissestes, era tão grande que quase não cabia na minha mãozinha...]